O seminário ocorrerá no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA)Rua do Anfiteatro, 181, Conjunto Colméia, Favo 10. São Paulo, SP, Brasil. CEP 05800-900 • 55 11 3091-3045. lisa@usp.br

As vagas são limitadas a 45 pessoas por sessão e dão direito a certificado de ouvinte. As inscrições devem ser realizadas pelo e-mail rodrigommonteiro@yahoo.com.br

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Resumo: A folia do Divino: experiência e devoção em São Luiz do Paraitinga

1ª. Sessão 6/11/08 - 9h

Teatro, gênero e subjetividade

Coordenador: Rubens Alves da Silva (USP)
Debatedor: Renato Ferracini (UNICAMP)


Adriana de Oliveira Silva
Resumo
Esta pesquisa de mestrado investiga as formas expressivas da religiosidade popular em São Luiz do Paraitinga, mais especificamente num dos aspectos mais arcaicos da festa do Divino Espírito Santo: a folia do Divino.

Analiso os aspectos expressivos da devoção ao Divino − particularmente, o canto, o choro e o riso − por meio da antropologia da experiência (Victor Turner), da antropologia interpretativa (Clifford Geertz) e da antropologia musical (Antony Seeger).

Partindo da antropologia da experiência, trata-se de analisar como expressões como o canto, o choro e o riso corporificam “uma experiência” em que: 1. algo acontece ao nível da percepção; 2. imagens de experiências do passado são evocadas e delineadas – de forma aguda; 3. emoções associadas aos eventos do passado são revividas; 4. o passado se articula ao presente numa “relação musical”, tornando possível a descoberta e a construção do significado; 5. a experiência se completa através de uma forma de “expressão” (Dawsey, 2005).

Numa perspectiva interpretativa, trata-se também de buscar o significado da devoção ao Divino em seus aspectos sensíveis. Se para interpretar o negara, Geertz (1991) interpreta um léxico de esculturas, flores, danças, melodias, gestos, cânticos etc. na cerimônia de cremação de um rei balinês, talvez o significado da devoção ao Divino também esteja submerso no sensível. Aqui, considero sensível as expressões que ocorrem durante as atuações devocionais em que a folia pontua – cantando − sua ação e a dos devotos.

Se para Dilthey e Turner o passado se articula ao presente numa relação musical, pensando com Geertz (1991) e com Seeger (2004), proponho que o canto da folia seja mais do que uma analogia. Se, a partir de Lévi-Strauss, Robert Darnton (2001) diz que “em vez de tirarem conclusões lógicas, as pessoas comuns pensam com coisas”, pode ser interessante considerar que os devotos do Divino em São Luiz pensem com o canto, o choro e o riso. E, nesse caso, poder-se-ia dizer que a música não seria uma analogia, mas própria coisa, a própria devoção.

Palavras-chave: antropologia da experiência; antropologia interpretativa; antropologia musical; experiência e devoção; folia do Divino Espírito Santo.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Resumo: O fazer audiovisual como performance - a produção de imagens e sons no contexto etnográfico

4ª. Sessão 7/11/08 (14h)
Etnografias, imagens e performers
Coordenador: Marianna Monteiro (professora UNESP)
Debatedor: Maria Lucia Montes (professora DA/USP)


Rose Satiko Gitirana Hikiji satiko@usp.br
Resumo
Meu projeto neste temático tem como objeto a análise dos usos do audiovisual no processo da pesquisa etnográfica a partir das reflexões dos campos da Antropologia Visual e da Performance. Proponho pensar como performático o processo no qual a relação entre antropólogo e sujeitos pesquisados é mediada pela câmera. As performance em questão aqui são tanto as dos sujeitos que se recriam para o filme, quanto a do antropólogo, que se recria como cineasta.
Esta é uma pesquisa em andamento. Nos últimos três anos tenho trabalhado na realização de um filme etnográfico com jovens produtores e exibidores de vídeo na periferia de São Paulo. Nesta comunicação, apresentarei reflexões a partir deste processo de pesquisa-filmagem.

Resumo: Entre a pesquisa etnográfica e a produção áudio-visual.

4ª. Sessão 7/11/08 (14h)
Etnografias, imagens e performers
Coordenador: Marianna Monteiro (professora UNESP)
Debatedor: Maria Lucia Montes (professora DA/USP)


Giovanni Cirino cirinogiovanni@gmail.com
Resumo
A proposta da comunicação é apresentar os primeiros desenvolvimentos do projeto de pesquisa que trata da Congada de Ilhabela. Esse objeto é abordado a partir de suas representações e as implicações destas para o grupo (e para fora dele), enfocando não só a própria performance congadeira, mas principalmente a performance daqueles que ali se encontram para o seu registro. O objetivo inicial é realizar uma etnografia dos conflitos implicados na política interna e externa ao grupo, abordando, sobretudo as relações entre a própria Congada (que em si já é uma representação), suas formas de representação (imagens e textos), e os efeitos destas para a própria comunidade.
Seguindo um dos meus objetivos específicos (realizar o acompanhamento de todo o processo de edição, montagem do documentário e exibição do documentário) pretendo discutir nessa comunicação alguns apontamentos sobre o processo de realização do filme, bem como os desdobramentos e repercussões da exibição de estréia em Ilhabela (em 14/05/2008) e alguns conflitos entre o olhar do “pesquisador” (antropólogo) e o olhar do “artista” (cineasta).
Palavras-chave: congada, antropologia visual, documentário etnográfico, trabalho de campo.
Situação: Trabalho em processo.

Resumo: Uma análise da performance dos ‘não’ atores dos filmes de arte iranianos

4ª. Sessão 7/11/08 (14h)
Etnografias, imagens e performers
Coordenador: Marianna Monteiro (professora UNESP)
Debatedor: Maria Lucia Montes (professora DA/USP)



Kelen Pessuto
Resumo
Com base na Antropologia da performance e na teatral, traçar um perfil dos métodos de interpretação e de expressão corporal dos ‘não’ atores dos filmes de arte iranianos, desenvolvidos pelos diretores mais consagrados do País como Abbas Kiarostami, Mohsen Makhmalbaf, Jafar Panahi, Bahman Ghobadi e Majid Majidi, com uma análise comparativa dos filmes Close-up, Dez, Salve o Cinema, O espelho, Tartarugas podem voar e A cor do paraíso.
Uma característica marcante do cinema iraniano é o uso de atores não profissionais, filmados em seu contexto real, que na maioria das vezes, interpretam seu próprio papel. Seja por razões econômicas ou pela busca de determinados resultados estéticos ou até por alcançar maior autenticidade que os filmes de arte iranianos usam deste recurso. Ressalto os filmes de arte, pois no Irã, há uma clara divisão entre eles e os comerciais, estes últimos, muitas vezes, são refilmagem de filmes americanos, num contexto iraniano ou comédias que enchem as salas de cinemas das cidades, que usam atores já consagrados no Irã e possuem roteiro com marcações de cena e falas, enquanto que no cinema de arte a maioria das atuações é marcada pela improvisação. São raras às vezes que um ator têm que decorar um papel. A personagem surge de sua própria experiência de vida, situações, objetivos e obstáculos, impostos pelo diretor ou por outro personagem, aos quais eles têm que reagir. Muitas vezes, a narrativa inteira de um filme iraniano se constrói com a colaboração destes não atores, com a troca de experiências entre eles e o diretor.
Palavras-Chave: Cinema Iraniano, Antropologia da Performance

Bibliografia: Turner, Schechner, Goffman, Eugenio Barba, Constantin Stanislavsky, Chekhov e Brecht.

Resumo: Pesquisadoras performers: olhando para o feminino no Islã

4ª. Sessão 7/11/08 (14h)
Etnografias, imagens e performers
Coordenador: Marianna Monteiro (professora UNESP)
Debatedor: Maria Lucia Montes (professora DA/USP)

Francirosy Ferreira fcbf@usp.br
Resumo
A questão central desta pesquisa [em processo] é verificar até que ponto as pesquisadoras de Islã consideram as mulheres muçulmanas como ocupantes de um lugar secundário na religião islâmica e no grupo social estabelecido. Isto implica observar o modo como estas pesquisadoras olham para o feminino no Islã. Parto do pressuposto de que há uma certa “exigência curricular”, enquanto antropólogas e pesquisadoras de Islã, exigência esta constituída pelo fato de termos que elaborar uma reflexão sobre as “mulheres muçulmanas”, ou seja, de sempre termos de discutir as relações entre o feminino e o masculino no Islã, mesmo não sendo este o objeto da pesquisa. Os temas relacionados à mulher islâmica, ao véu, ao lugar desta mulher muçulmana na sociedade islâmica é destaque na mídia e na academia e quase sempre aponta para estereótipos dessa construção do feminino.
Assim, o objetivo deste pós-doutorado é construir uma análise que tenha como ponto de partida a trajetória inicial das pesquisadoras, caracterizando os motivos da suas opções em estudar o Islã; abarcar as questões levantadas e a metodologia por elas empregada na produção de sua etnografia e incorporar, finalmente, os desdobramentos decorrentes de suas trajetórias e dos trabalhos produzidos. Desta forma, será possível verificar como cada pesquisadora lida com as questões relacionadas ao gênero e ao Islã, tanto de modo direto (quando corresponde à própria pesquisa) ou indireto (quando não se trata da temática da pesquisa).
A metodologia a ser empregada atém-se à análise dos depoimentos escritos pelas pesquisadoras sobre a sua experiência de campo; entrevistas (com questões semi-estruturadas) a respeito do trabalho produzido e da experiência de campo relatada por elas, assim como o desdobramento da pesquisa. Um dos instrumentos a serem utilizados pela pesquisadora é a câmera de vídeo, a fim de construir, em vídeo/CD-ROM, um hipertexto.
Palavras-chave: Islã, Gênero, Antropologia Crítica, Antropologia da Performance.
Bibliografia Básica: Ronald Grimes, Lila Abu-Lough, Ruth Landes, Judith Butler

Resumo: “O palhaço o que é? É ladrão de mulher”. Os caminhos da ficção na pesquisa etnográfica.

4ª. Sessão 7/11/08 (14h)
Etnografias, imagens e performers
Coordenador: Marianna Monteiro (professora UNESP)
Debatedor: Maria Lucia Montes (professora DA/USP)


Ana Lúcia Marques Camargo Ferraz
Resumo
Viso apresentar aqui a pesquisa que está em processo com uma família de Circo de Teatro, partindo da análise da cena e da dramaturgia - das comédias e dramas apresentados ao público familiar das cidades do interior sul do país, encontro o fenômeno da catarse sobre o tema do casamento. Mapeando distintas performances de gênero em relação no interior do grupo, proponho a produção de ficções como modo de lidar com esse universo simbólico denso e na pesquisa sobre temas delicados da esfera da intimidade.
Essa pesquisa dialoga com o campo teórico que investiga a crise de representação no campo do teatro (Guénoun, Lehmann), bem como com os estudos de caso sobre Circo-Teatro no Brasil (Montes, Magnani, Pimenta, Silva). Nessa fase da pesquisa inicio uma reflexão sobre as relações de gênero no universo pesquisado e sobre a possibilidade de pensá-las como performance (Butler, Haraway, Callaway) e avanço numa reflexão metodológica que parte do conceito de etnoficção forjado por Jean Rouch em sua prática de produção de filmes etnográficos.
Palavras-Chave: Circo-Teatro, Drama, Gênero, Etnoficção, Etnografia.

Resumo: Por uma Antropologia Benjaminiana

3ª. Sessão 7/11/08 (9h)

O jogo, a Festa e o Liminóide
Coordenador: Ana Lucia Ferraz (pós-doutor DA/USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (professora DA/USP)


John Cowart Dawsey
Resumo
Este ensaio se apresenta como um canteiro de obras benjaminiano. A justaposição de figuras aparentemente distantes em relações bruscas e surpreendentes talvez provoque estranhamento. Mas, as afinidades são reveladoras. Nos remoinhos dos estudos de Michael Taussig, busco uma composição teórica em contraponto: de um lado, Victor Turner e Clifford Geertz, cujos escritos nos levam a pensar possivelmente numa espécie de paradigma do teatro dramático na antropologia, e, de outro, duas figuras às margens da antropologia e do teatro dramático - Walter Benjamin e Bertolt Brecht. A força gravitacional do ensaio se encontra nessas margens, especialmente na obra fragmentada de Benjamin. Trata-se de um ensaio por uma antropologia benjaminiana, que se organiza em torno de três alegorias: 1) espelho mágico; 2) estilhaçamento; e 3) lampejos. O percurso não deixa de sugerir a forma de um rito de passagem insólito: a passagem para uma condição de passagem.
Palavras-chave: Walter Benjamin, Bertolt Brecht, Victor Turner, e Clifford Geertz

Resumo: Esboço para uma antropologia”, de Walter Benjamin

3ª. Sessão 7/11/08 (9h)

O jogo, a Festa e o Liminóide
Coordenador: Ana Lucia Ferraz (pós-doutor DA/USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (professora DA/USP)


André-Kees de Moraes Schouten schouten@usp.br
Resumo
Partindo daquela “constelação” intitulada “Esboço para uma antropologia” (Benjamin 2007)*, esta comunicação pretende explorar as potencialidades para uma antropologia benjaminiana a partir de suas reflexões acerca do corpo e da linguagem. Em outras palavras, o que se pretende aqui é refletir em que medida este esboço de WB, sendo capaz de produzir um abalo - ou de eletrificar certos circuitos adormecidos - no modo como tradicionalmente olhamos para a sua obra, nos permite entrever em alguns de seus mais conhecidos trabalhos o embrião de um verdadeiro projeto antropológico.
Palavras-chave: teoria antropológica; antropologia benjaminiana; corpo e linguagem
Situação: entre projeto e processo.

* BENJAMIN, Walter. 2007. “Constellations - Graphic Forms” In: Walter Benjamin’s Archive - images, texts, signs; translation E. Leslie; U. Marx et al. (ed.). London/New York.

Resumo: Terra da fantasia criada pela festa tecnológica: a performance rave de jardins secretos, universos paralelos e rituais psicodélicos.

3ª. Sessão 7/11/08 (9h)

O jogo, a Festa e o Liminóide
Coordenador: Ana Lucia Ferraz (pós-doutor DA/USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (professora DA/USP)


Carolina de Camargo Abreu caroldca@usp.br
Resumo
Este texto procura explorar como o conceito de performance, discutido por Victor Turner e Richard Schechner, mostra força analítica para um reflexão antropológica sobre a prática das festas raves. Discute as definições tradicionais de espetáculo, teatro e ritual, a fim de considerar como o festejar rave vale-se destas idéias - e de algumas de suas técnicas - para a construção de um universo paralelo. Universo Paralello, Trancendence, Secret Garden, Terra do Nunca, Avonts no País das Maravilhas, Psychedelic Ritual são alguns dos títulos dados a festas raves.
Atento a sugestões sussurradas por escritos de Walter Benjamin, este trabalho procura também compreender a peculiaridade histórica desta prática. Como um “parque de diversões” de final de semana, o festejar rave apropria-se de tecnologias eletrônicas, químicas e formas de arte contemporâneas para intensificar a força de imagens míticas e arcaicas da sociedade que a criou.
Palavras-chave: Festa, rave, antropologia benjaminiana.
Situação:trabalho em processo, próximo à qualificação.

Resumo: Os Roleplaying Games em jogos, performances, identidades, narrativas e discursos

3ª. Sessão 7/11/08 (9h)

O jogo, a Festa e o Liminóide
Coordenador: Ana Lucia Ferraz (pós-doutor DA/USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (professora DA/USP)


Ana Letícia de Fiori morgotia@yahoo.com.br
Resumo:
Entre os anos de 2004 e 2007 realizou-se uma pesquisa de iniciação científica baseada em etnografias (via Geertz e Clifford) e análise de discurso (via Barthes, Foucault, Goffman e Bourdieu) sobre os jogos de Roleplaying Games (RPGs), seus jogadores e outros atores sociais com os quais interagem. A pesquisa se desenvolveu por dois ramos. O primeiro corresponde ao primeiro ano como bolsista PIBIC e se refere à relação performática dos jogadores com seus personagens criando, jogando, narrando e representando. Discutiu-se como as fichas de personagem tem o papel de máscaras rituais (Mauss) criadas a partir do repertório cultural e experiências de vida dos jogadores e, quando trazidas à vida pela dinâmica do on e off dos RPGs permitem aos jogadores o intercâmbio mimético (Taussig e Benjamim) de experiências e memórias, através das transportação e do comportamento restaurado (Schechner) além de constantes e lúdicas reconfigurações simbólicas e de selfs, despertando reflexividades e alteridades em um espaço-tempo ficcional e liminóide (Huizinga e Turner). A seqüência total da performance (Schechner); a construção de saberes específicos; a sociabilidade (Simmel) desenvolvida no interior do grupo e entre diferentes jogadores; as releituras autoetnográficas (Versiani) do jogador com seus personagens e a relação conjunta de jogadores com diferentes estilos e pedaços (Magnani) promovem uma socialização específica, entendida enquanto construção social da realidade e mundo vivido (Dubar) e formam um ser RPGista.
O segundo ramo da pesquisa corresponde ao segundo ano como bolsista PIBIC e busca entender os modos pelos quais os jogos de RPG e seus jogadores são tomados como objetos de discurso por diferentes atores sociais, disputando em diferentes campos de saber (Bourdieu). Assim, o RPG é tomado por segmentos evangélicos como satânico e corruptor porque brinca com elementos do sistema simbólico que dá sentido a um ethos específico (Geertz) mas também por servir de antagonista em uma cosmologia que aceita e busca enfrentar a realidade do mal. Outros ponto de discussão foi a violência supostamente imanente aos jogos, percebida por certos psicólogos, evangélicos e juristas, e explorado em casos de assassinato no qual elenca-se o RPG como motivo. Nos dois campos, buscou-se as diferentes formas pelas quais o jogo tem sido defendido e as tentativas de conciliação ou cisma entre atores de diferentes grupos. Também se abordou o crescente campo acadêmico que faz do RPG objeto de pesquisa, notadamente aqueles que exploram os potenciais pedagógicos do RPG em diferentes níveis educacionais e áreas de conhecimento.
Tenciona-se discutir agora os desdobramentos pretendidos para os dois ramos da pesquisa. Um documentário abordando a construção da identidade RPGista focado nas histórias de vida de diferentes jogadores e um trabalho voltado à antropologia jurídica sobre os rituais no processo de julgamento do assassinato de Aline Silveira Soares, ocorrido em Ouro Preto, MG, em outubro de 2001, e o primeiro assassinato ligado pela investigação ao RPG a ganhar repercussão nacional.

Palavras chave: socialização e formação de identidades, jogo, narrativa, experiência, discursos e campo.
Situação: relatório final e projeto

Resumo: Da quadra ao sambódromo: performances da Comissão de Frente

3ª. Sessão 7/11/08 (9h)

O jogo, a Festa e o Liminóide
Coordenador: Ana Lucia Ferraz (pós-doutor DA/USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (professora DA/USP)


Yaskara D. Manzini yaskara_iyalode@yahoo.com.br

Resumo
A presente comunicação faz parte da pesquisa, em processo, para doutoramento em Artes, linha de pesquisa Processos e Poéticas da Cena, intitulado “Da memória à contemporaneidade nas performances da Escola de Samba: Comissão de Frente apresenta o show!”. O trabalho pretende expor e refletir sobre os processos criativos para as encenações da Ala nos desfiles carnavalescos, e rituais sociais desenvolvidos em quadra, bem como reconstituir a história e evoluções desta ala no carnaval paulistano.
A vivência junto da Comissão de Frente da Escola de Samba Mocidade Camisa Verde e Branco, tem demonstrado que a ala não possui “desempenho” apenas na avenida, mas existem outros “desempenhos” dentro de quadra - nas festas e cerimônias, tais como: aniversário da escola de samba, cerimônias de batizado de escolas de samba etc., quando os componentes “representam o papel” de guardiões do Pavilhão, portanto performances sociais e artísticas.
Na comunicação abordarei questões relativas sobre quem são os performers da Comissão de Frente e como são as preparações destas performances, sociais e artísticas, que se entrelaçam e culminam no desfile carnavalesco.
Palavras-chave: Estudos da Performance, Carnaval, Comportamento, Encenação.
Situação: Em processo

Resumo: A Capoeira no Mundo Globalizado. Uma abordagem dos Estudos da Performance para a Capoeira Angola fora do Brasil

3ª. Sessão 7/11/08 (9h)
O jogo, a Festa e o Liminóide
Coordenador: Ana Lucia Ferraz (pós-doutor DA/USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (professora DA/USP)


João Luis Uchoa de Figueiredo Passos
Resumo
A pesquisa pretende analisar as práticas de aprendizagem e o ritual da roda de capoeira em grupos e capoeiristas fora do Brasil na atualidade. Utilizando concepções dos estudos da Performance e da Antropologia, procuraremos pensar elementos constitutivos dessa prática como as expressões do corpo e da música, e a experiência do jogo da capoeira, assim como possibilidades de surgimento de novas práticas dentro do universo da capoeira. Há um panorama atual de popularização mundial da capoeira e das expressões corporais e musicais intrínsecas a sua prática. Esse quadro estabelece relações com o contexto nacional, que influencia, e é influenciado, na forma e no conteúdo dessa nova capoeira pelo mundo.
Temos interesse em abordar o fenômeno através de sua expressão geral no treinamento e na prática da roda de capoeira, ou seja, no jogo. Entender a construção da corporalidade característica da capoeira, através da repetição dos movimentos, da ludicidade do estado do jogo e da relação única estabelecida entre corpo e música que encadeiam a atuação e estabelece fluxo de ação coletiva. Partimos da relação direta entre a condução musical e a expressão do corpo, para buscar as matrizes da condução musical executada por esses grupos e sua seleção dentro do leque de possibilidades encontrado no Brasil.
Ainda não conhecemos devidamente esse processo contemporâneo, apesar das facilidades tecnológicas que evidenciam o objeto dessa pesquisa. Hoje, diferente do que enfrentaram os pioneiros dessa expansão internacional da capoeira, existem diversos meios de comunicação e progressiva popularização dos transportes aéreos, por isso é cada vez maior o fluxo de informações e o intercâmbio de praticantes e pesquisadores.
Nossa hipótese principal é que esse processo de fluxo externo-interno da capoeira contribui efetivamente para um processo de transformação das características musicais e corporais, e do panorama geral da capoeira, tanto nos países receptores, quanto na capoeira no Brasil. Também expõe ao aumento da velocidade de mudanças que podem apresentar características em campos diferentes. Setores da sociedade civil e o Estado são influenciados pelo reconhecimento e apoio que outros países podem dar a uma expressão artística, enquanto outros grupos promovem um verdadeiro shopping center da capoeira, direcionando para uma prática capitalista em grandes grupos que agem como franquias. As escolhas estéticas de um grupo em sua relação entre corpo, música e performance de jogo podem estar diretamente relacionada com as opções de posicionamento social que farão.

Resumo: Nomes em julgamento: práticas judiciárias padronizando identidades sexuais

2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)


Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer
Resumo
Através de três processos judiciais tramitados na Bahia entre 1998 e 2003, nos quais pessoas requereram a alteração de seu registro civil por considerarem seus pré-nomes impróprios para identificar o sexo que declaravam possuir, analiso como operadores do direito lidaram com regras jurídico-procedimentais relativas à definição de identidades sexuais e de gênero e observo quais argumentos sócio-psico-culturais e clínico-científicos entraram em cena.
Teoricamente, tento explorar o potencial de certas reflexões de Turner, Schechner e Tambiah para sistematizar peculiaridades de performances rituais no campo jurídico-brasileiro, bem como algumas idéias de Bauman, Sherzer e Ong para pensar audiências judiciais enquanto narrativas orais socialmente privilegiadas, através das quais redes de violências podem ser acompanhadas.
Palavras-chave: alteração judicial de pré-nomes; identidades sexuais e de gênero; performances rituais no campo jurídico brasileiro.

Resumo: Observações sobre processos de afirmações identitárias entre remanescentes de quilombos do ribeira

2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)


Rubens Alves da Silva
Resumo
A noção de identidade ainda se mantém como uma questão inquietante para o pensamento dos cientistas sociais na contemporaneidade. Tanto presente em abordagens teóricas mais genéricas atentas para a singularidade dos processos identitários neste nosso tempo, surpreendente, da chamada globalização e “pós-modernidade”; quanto nas produções etnográficas, de cunho acadêmico ou não, dedicadas ao estudo de pequenas comunidades originárias de populações migrantes, bem como às comunidades identificadas como “tradicionais” (nesse último caso a considerar os trabalhos apresentados como “laudos antropológicos” e a propósito da titulação de terras). Com efeito, diferentes teóricos têm salientado a relevância analítica e descritiva do conceito de identidade o contexto atual, porém, sem perder de vista a necessidade que urge de repensar de modo rigoroso e reflexivo o uso instrumental dessa categoria face ás novas experiência.... que apontam para aos sujeitos (individuais e coletivos) um campo de possibilidades e alternativas do “ser ou não ser...”. Para além de uma teoria clássica sobre identidade ou a partir de uma revisão crítica dos pressupostos que norteiam tal concepção, é que novas perspectivas de abordagem e reflexão despontam no campo das ciências humanas e sociais chamando a atenção para as complexidades (inclusive locais) e nuances que envolvem na prática os processos de negociações identitárias, e as conseqüentes implicações dessas variáveis na própria (re)definição da noção de identidade. Inacabamento, hibridismo, performatividade, fluidez, são aspectos ora considerados fundamentais na revisão conceitual da noção de identidade. Sem dúvida, estou a evocar aqui as leituras de autores como Stuart Hall (1998, 2003) , Zygmunt Bauman (2005), Judith Buttler (2003), Michel Argier (2001). O diálogo com estes intelectuais, entre outros, é o que fundamenta a proposta da presente comunicação. A exposição gira em torno da noção de identidade e tem como foco central processo de afirmação identitária no contexto de “comunidades tradicionais” remanescentes de quilombos do alto do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, com base em pesquisa empírica realizada pelo autor in locu e consultas a fontes secundárias, ou seja, “Relatórios Técnicos Científicos [RTCs]” afins. Pretendo, em suma, examinar em que medida uma perspectiva antropológica da performance pode contribuir para análise e compreensão desse processo local, bem como acrescentar à discussão sobre identidades culturais e étnico-raciais na contemporaneidade. Assunto, enfim, que está diretamente relacionado com o meu projeto de pós-doutorado júnior financiado pelo CNPq.
Palavras-chaves: Identidade, identidade étnica, comunidades tradicionais, remanescentes de quilombo.

Resumo: O funeral bororo: ritual, performance e imagens

2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)


Edgar Teodoro da Cunha
Nosso propósito neste projeto é construir uma reflexão sobre o ciclo funerário bororo, a partir de elementos como ritual, estética e performance e permitirão ao meu ver uma compreensão original sobre os sentidos internos e a lógica das performances rituais e ainda das perspectivas heurísticas do uso de imagens em contexto de análise ritual, por meio de recortes conceituais do campo da antropologia da performance e do ritual. Para tanto tomamos as imagens sobre o funeral como elemento para análise associada ao seu processo de realização como um par fundamental para compreensão.
Partimos do principio que o filme pode nos oferece a possibilidade de uma experiência dos sentidos, que é sinestésica, expandindo a visão para uma experiência que envolve outras dimensões dos sentidos corporais. O significado da ação, o verbal, os elementos não-verbais como gestos e olhares, posturas e expressões, são todos elementos que permitem que mergulhemos nessa experiência que é fílmica e que é também corporal.
Nesse sentido, ancorado nas expressões sensíveis, é que proponho fazer uma passagem da imagem à performance, passando pelo ritual. Assim, acredito que um horizonte de autores como Victor Turner, Richard Schechner, Stanley Tambiah e David MacDougall, entre outros, possibilitam o espaço teórico inicial para exploração dos desdobramentos analíticos do campo, que tem se apresentado como um espaço interdisciplinar de singular importância para a compreensão de gêneros de ação simbólica.
Palavras-Chave: antropologia da performance, antropologia visual, ritual, funeral bororo, estética social, filme etnográfico.

Autores principais
CAIUBY NOVAES, Sylvia,. CROCKER, Jon Christopher, HUGHES-FREELAND, Felicia MACDOUGALL, David. MORPHY, Howard., SCHECHNER, Richard. TAMBIAH, Stanley J. TAUSSIG, Michael. TURNER, Victor.

Resumo: Do ponto de vista da audiência: Performance ritual Asuriní em contexto

2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)


Alice Martins Villela Pinto licevillela@yahoo.com.br

Resumo
A partir da exibição do vídeo resultado da pesquisa na área interdisciplinar de Artes e Antropologia sobre o ritual xamanístico dos Asuriní do Xingu, quero discutir o processo de construção da investigação acerca da performance ritual indígena do ponto de vista da minha posição de audiência privilegiada. Engajada em projetos de “preservação” da cultura Asuriní e fortalecimento da transmissão dos conhecimentos tradicionais, estimulo a realização de ritual e registro em vídeo todas as etapas com o compromisso da devolução do material audiovisual para a Escola Indígena. Os jovens, no início desinteressados pelas atividades rituais, passam a participar como tocadores do ivapu, tambor de tronco escavado, em performance para a câmera. Ao longo do ritual, forneço suprimentos alimentares e, ao final dos dois meses de atividade, sou abordada pelo xamã que me pede pagamento em dinheiro pelos seus dias de trabalho. Atualmente, grande parte dos rituais são realizados “para os akaraí” (brancos) que oferecem estímulos, recursos e suprimentos em troca das performances. A partir desse dado e da pesquisa de campo citada acima, sustento a idéia de que as relações estabelecidas entre os Asuriní e a audiência akaraí em performance ritual podem nos informar sobre os sentidos que eles atribúem à experiência social em curso, o que nos permite relacionar performance ritual e contexto.
Palavras-chave: performance ritual, audiência, contexto
Situação: em processo

Bibliografia: Schechner, Turner, Geertz.

Resumo: O espaço intersecional na performance: alteridade e agenciamento

2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)


Eduardo Nespoli edunespoli@ufscar.br
Resumo:
O trabalho refere-se à pesquisa realizada junto ao povo indígena Asuriní do Xingu, localizado na terra indígena Koatinemo. A perspectiva é a de que a performance ritual opera a percepção dos participantes através da manipulação de objetos, cantos e ações gestuais. Esta operação de agenciamento das percepções ocorre no espaço montado para que os ritos xamânicos do Maraká ocorram, denominado de Tukaia. A Tukaia é o espaço em que os pajés Asuriní têm contato com os espíritos Apykwara, transformando-se em um deles. O aspecto liminar do ritual pode ser compreendido como uma operação sobre o espaço e a percepção dos participantes. Os objetos são, neste contexto, instrumentos pelo quais os pajés se relacionam para viabilizar certos estados perceptivos.
A comunicação descreverá o processo de criação de uma instalação audio-visual interativa, cuja composição é resultado do trabalho com imagens e sons registrados em pesquisa de campo. Neste sentido, a instalação é compreendida como um espaço de extensão da memória mediada por tecnologias. Na instalação, objetos acionam os fragmentos visuais e sonoros, que são processados em tempo real em um computador, produzindo fusões e alterações não-lineares, de modo que o participante possa tomar contato com o universo ritual Asuriní. A programação foi elaborada de modo que a cada intervenção novas possibilidades de articulação entre as imagens e sons projetados sejam geradas. A instalação funciona como um espaço de interseção entre realidades sociais. Ao mesmo tempo, é uma discussão sobre percepção, memória e tecnologia, suas diferentes manifestações e usos em processos artísticos e sociais.
Palavras-chave: Ritual; Arte; Tecnologia; Percepção.
Situação: Trabalho em processo

Bibliografia
• GELL, A. - Art and Agency: an anthopological Theory. Ed. Oxford Uk, 1998.
• _________ - Technology and Magic. Anthropology Today, Vol. 4, N. 2. 1988.
• GUATTARI, F. - O Inconsciente Maquínico: ensaios de esquizo-análise. Campinas. Papirus. 1988.
• ______________ - As Três Ecologias. Campinas. Papirus. 1990.
• ______________- Caosmose: um novo paradigma estético. Rio de Janeiro. Editora 34. 1992.
• LÉVY, P. - As tecnologias da inteligência. São Paulo/SP. Ed. 34. 1993.
• _________ - Ideografia Dinâmica: Para uma imaginação artificial? Ed. Instituto Piaget. Coleção Epistemologia e Sociedade. 1997.
• MÜLLER, R. P. - Os Asuriní do Xingu: história e arte. Campinas. Editora da Universidade Estadual de Campinas. 1990.
• NESPOLI, E. - Performance e Ritual: processos de subjetivação na arte contemporânea. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Campinas. 2004.
• TURNER, V. - The Anthropology of Performance. New York. PAJ Publications. 1988.
• __________- Are there universal of performance in myth, ritual and drama; In: By Means of Performance: intercultural studies of theatre and ritual. Cambridge. Press syndicate of University of Cambridge. 1990.

Resumo: “Performance e corpo em movimento no ritual indígena e na cena contemporânea”

2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)

Regina Polo Muller muller@iar.unicamp.br
Resumo
Comunicação sobre etapa da pesquisa a respeito de processo de criação em dança desenvolvido a partir de trabalho de campo em sociedade indígena, na qual se pretende aprofundar a utilização do conceito de “comportamento restaurado”da teoria da performance de Richard Schechner. Nesta pesquisa são abordados processos de criação e de incorporação de personagem na performance ritual dos Asuriní do Xingu, na performance artística apoiada na metodologia do BPI de Graziela Rodrigues e na arte da performance.O objeto de estudo é o corpo em movimento e a incorporação do personagem no ritual indígena e na cena artística contemporânea. Nesta comunicação, pretende-se apresentar dados do trabalho de campo e de laboratórios de criação bem como a discussão de uma abordagem do corpo em movimento a partir do conceito de Schechner.
Palavras-chave: Dança, ritual indígena, arte da performance, corpo em movimento, “comportamento restaurado”, Asuriní do Xingu, BPI
Situação: Em processo.

Bibliografia
Rodrigues, Graziela. Bailarino-Pesquisador-Intérprete, processo de formação, FUNARTE/MC, Rio de Janeiro,1997
__________________. O método BPI (Bailarino-Pesquisador-Intérprete) e o desenvolvimento da imagem corporal. Tese de doutorado/Unicamp, 2003
Schechner, Richard. Between Theater and Anthropology. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1985
Turner,V.W. The Anthropology of Performance. New York: PAJ Publications, 1988

Resumo: O Movimento de Teatros de Grupo em São Paulo como Construção de Espaços Liminóides.

1ª. Sessão 6/11/08 - 9h

Teatro, gênero e subjetividade

Coordenador: Rubens Alves da Silva (USP)
Debatedor: Renato Ferracini (UNICAMP)


Marianna F. M. Monteiro marianna.monteiro@terra.com.br
RESUMO
Nessa comunicação quero discutir as premissas teóricas que devem orientar minha pesquisa sobre as práticas de teatro de grupo em São Paulo. A partir de alguns pressupostos da Antropologia da Performance pretendo trabalhar com o conceito turneriano de espaço liminóide, em particular em suas conseqüencias na conceituação dos estados do ator. Qual a relação entre estados liminares e os liminóides no interior do trabalho do ator. Busco esclarecer esses conceitos, e com isso a passagem do liminar ao liminóide proposta por Turner, tendo em vista o estabelecimento de uma base conceitual para a pesquisa de performances estéticas na antropologia. A referência constante aos trabalho dos teatros de grupo e também às áreas da Performance Art, é proposta como uma forma de enriquecer esses conceitos teóricos através do confronto com a experiência artística e teórica gerada nas performances estéticas.
Palavras Chave: Performance, liminóide, teatro, ritual. ator

Situação: projeto

Resumo: ENTRE - Uma investigação sobre a cena

1ª. Sessão 6/11/08 - 9h

Teatro, gênero e subjetividade

Coordenador: Rubens Alves da Silva (USP)
Debatedor: Renato Ferracini (UNICAMP)

Maria Mommenson

RESUMO
O Título deste texto indica uma situação espacial, a separação entre objetos, pessoas, acidentes geográficos, qualquer existente que se coloque para um outro existente.
Supõe uma relação, ou seja, uma presença entre outras, como afirmação de uma diferença, uma descontinuidade.
Há, também, nesta palavra quando enunciada enquanto verbo, o sentido explicitamente espacial de ir de um lugar fora para um outro lugar dentro.
O espaço aqui em questão é o espaço da cena que se configura entre o performer e a platéia. Neste, e sob o efeito deliberado da cena tanto o performer quanto o público realizam conjuntamente a experiência de deslocamento de realidade física da gravidade, para um espaço virtual de vivência estética, no qual há uma intensificação das percepções e emoções em ambos, performers e platéia.
No interstício, no contíguo espaço entre o um e o outro, acontece o efeito da cena, assim como entre a pele e os músculos, entre as paredes dos órgãos, onde se dá o processo de manutenção do organismo que funciona de tal maneira que o todo é maior que a soma das partes.
A proposta desta pesquisa, portanto, se dá no campo da percepção e tem por objetivo final subsidiar a montagem de um espetáculo, “OCO”, a ser realizado pelo grupo Minik Momdó na 4ª edição da Lei de Fomento da Prefeitura da Cidade de São Paulo. Para esta tarefa lançamos mão, entre outros, de textos de Derrida, Deleuze, Philippe Meyer, Charles S. Peirce, Christine Greiner, Helena Katz, Alain Berthoz, Vitor Turner.
Palavras Chaves: Espaço, Órgãos, Contigüidade, Descontinuidade, Sujeito, Público.

Resumo: Antropologia, teatro e processos de ensino e aprendizagem

1ª. Sessão 6/11/08 - 9h

Teatro, gênero e subjetividade

Coordenador: Rubens Alves da Silva (USP)
Debatedor: Renato Ferracini (UNICAMP)


Flávio Pontes, (flvio.pontes@hotmail.com)

RESUMO
Neste projeto desejo investigar a dimensão ritual do processo de ensino e aprendizagem na formação do ator num núcleo na Oficina Amácio Mazzaropi onde diretores, dramaturgos e atores estarão vivendo um processo colaborativo de construção cênica que se inicia em meados de agosto e termina no fim de novembro. Baseando-me na leitura do livro “Rituais na Escola” onde Peter Mclaren analisa a relação dos rituais com a formação dos alunos numa escola canadense quero entender como o ator se insere nesse processo de criação colaborativa. Como forma de me aprofundar nessa investigação, pretendo participar do núcleo como ator e seguir algumas sugestões de George Marcus no levantamento etnográfico (particularmente nos artigos “O intercâmbio entre a arte e a antropologia” e “o que vem logo depois do pós: o caso da etnografia”), colocando-me como cúmplice na experiência vivida com os demais participantes desse núcleo e abrindo espaço para suas vozes nessa etnografia, perguntando-me como “a pesquisa de campo em artes cênicas pode informar a reinvenção da pesquisa de campo em antropologia”.

Palavras-chave: rituais na aprendizagem, antropologia e teatro, formação do ator

Situação: Em processo.

Resumo: Subjetividade e Experiência na Obra de Renato Cohen: A Persona Performática

1ª. Sessão 6/11/08 - 9h

Teatro, gênero e subjetividade

Coordenador: Rubens Alves da Silva (USP)
Debatedor: Renato Ferracini (UNICAMP)

Ana Goldenstein Carvalhaes - anagold@uol.com.br

RESUMO
Esta apresentação pretende apresentar a questão da persona na obra de Renato Cohen, encenador e performer paulista. Usaremos como guia o conceito de Work in Progress e sua relação com a Antropologia da Performance, e mais especificamente, a noção de experiência.
A persona performática, construção do performer, o “ritualizador do instante presente” (Cohen: 2002), media polifonia e acontecimento. Temos como perspectiva um vértice importante que é o exercício da alteridade. Esse vértice talvez seja identificável através da experiência vigorosa e potente de um topos cênico específico (“cena contemporânea”), criado na linguagem performática nos termos de Cohen. Serão abordadas duas performances: “Imanência - O Corpo Instalado” realizado na Casa das Rosas em 1999 e “Gothan SP” (de 2001 a 2006).
Palavras-chave: Persona, Performance, Work in Progress, alteridade, Processo

Resumo: Heroínas de Tejucupaco; processo de f(r)icção sob a máscara ritual de si mesmo - Luciana Lyra

1ª. Sessão 6/11/08 - 9h

Teatro, gênero e subjetividade

Coordenador: Rubens Alves da Silva (USP)
Debatedor: Renato Ferracini (UNICAMP)


Luciana Lyra

RESUMO
Este trabalho visa descortinar iniciais reflexões sobre o modus operandi de atuação das mulheres de Tejucupapo-PE, no espetáculo A Batalha das Heroínas, realizado há quinze anos por integrantes da comunidade da zona da mata norte do Estado, no sentido de tornar realidade restaurada um episódio histórico conhecido como a Batalha de Tejucupapo, quando ocorreu, pela primeira vez no Brasil, a participação de um coletivo de mulheres em conflito armado, durante a ocupação holandesa (1630-1654). Tais reflexões advindas dos trânsitos e interações em campo, por meses intermitentes dos anos de 2007 e 2008, apontam questões sobre a personificação das heroínas antepassadas pelas mulheres da comunidade atual, que desvelam um estado de f(r)icção, dialeticamente inverso ao da ficção(fiction ou modelado).
Palavras-chave : Teatro - Performance - Máscara ritual

Programação - 1º. Seminário Interno

1º. Seminário Interno - Napedra em Performances




ABERTURA - 5/11/08 18h
Oficina Compor Performance - Bia Medeiros (UnB) - inscrições limitadas

1ª. Sessão 6/11/08 - 9h

Teatro, gênero e subjetividade
Coordenador: Rubens Alves da Silva (USP)
Debatedor: Renato Ferracini (UNICAMP)

Heroínas de Tejucupapo; processo de f(r)icção sob a máscara ritual de si mesmo
Luciana Lyra (doutoranda / IA -Unicamp)

Subjetividade e Experiência na Obra de Renato Cohen: A Persona Performática
Ana Goldenstein Carvalhaes (mestranda/ PUC)

A folia do Divino: experiência e devoção em São Luiz do Paraitinga
Adriana de Oliveira Silva (mestranda - USP)

Antropologia, teatro e processos de ensino e aprendizagem
Flávio Pontes (graduando Ciências Sociais USP)

ENTRE - Uma investigação sobre a cena
Maria Mommenson (mestre/ IA- Unicamp)

O Movimento de Teatros de Grupo em São Paulo como Construção de Espaços Liminóides.
Marianna F. M. Monteiro (professora UNESP)


2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)

Performance e corpo em movimento no ritual indígena e na cena contemporânea-
Regina Polo Muller (professora IA/UNICAMP)

O espaço intersecional na performance: alteridade e agenciamento
Eduardo Néspoli (doutorando IA/ UNICAMP)

Do ponto de vista da audiência: Performance ritual Asuriní em contexto
Alice Martins Villela Pinto (mestranda/ UNICAMP)

O funeral bororo: ritual, performance e imagens
Edgar Teodoro da Cunha (doutor/USP)

Observações sobre processos de afirmações identitárias entre remanescentes de quilombos do ribeira
Rubens Alves da Silva (pós-doutor USP)

Nomes em julgamento: práticas judiciárias padronizando identidades sexuais
Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer (professora DA/USP)

18h - Oficina Compor Performance - Bia Medeiros (UnB)


3ª. Sessão 7/11/08 (9h)

O jogo, a festa e o liminóide
Coordenador: Ana Lucia Ferraz (pós-doutor DA/USP)
Debatedor: Sylvia Caiuby Novaes (professora DA/USP)

A Capoeira no Mundo Globalizado
João Luis Uchoa de Figueiredo Passos (doutorando/UNICAMP)

Da quadra ao sambódromo: performances da Comissão de Frente
Yaskara D. Manzini (doutoranda/IA/UNICAMP)

Os Roleplaying Games em jogos, performances, identidades, narrativas e discursos
Ana Letícia de Fiori (graduanda /USP)

Terra da fantasia criada pela festa tecnológica: a performance rave de jardins secretos, universos paralelos e rituais psicodélicos.
Carolina de Camargo Abreu (doutoranda/DA/USP)

“Esboço para uma antropologia”, de Walter Benjamin
André-Kees de Moraes Schouten (doutorando/DA USP)

Por uma Antropologia Benjaminiana
John C. Dawsey (professor DA/USP)

4ª. Sessão 7/11/08 (14h)

Etnografias, imagens e performers
Coordenador: Marianna Monteiro (professora UNESP)
Debatedor: Maria Lucia Montes (professora DA/USP)

O palhaço o que é? É ladrão de mulher. Os caminhos da ficção na pesquisa
etnográfica.
Ana Lúcia Marques Camargo Ferraz (pós-doutor/ DA/USP)

Pesquisadoras performers: olhando para o feminino no Islã
Francirosy Ferreira (prodoc/ IA/UNICAMP)

Uma análise da performance dos ‘não’ atores dos filmes de arte iranianos
Kelen Pessuto (graduada cinema/FAAP)

Entre a pesquisa etnográfica e a produção áudio-visual.
Giovanni Cirino (doutorando/DA/USP)

O fazer audiovisual como performance - a produção de imagens e sons no contexto etnográfico
Rose Satiko Gitirana Hikiji (professora DA/ USP)


ENCERRAMENTO