O seminário ocorrerá no Laboratório de Imagem e Som em Antropologia (LISA)Rua do Anfiteatro, 181, Conjunto Colméia, Favo 10. São Paulo, SP, Brasil. CEP 05800-900 • 55 11 3091-3045. lisa@usp.br

As vagas são limitadas a 45 pessoas por sessão e dão direito a certificado de ouvinte. As inscrições devem ser realizadas pelo e-mail rodrigommonteiro@yahoo.com.br

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Resumo: Observações sobre processos de afirmações identitárias entre remanescentes de quilombos do ribeira

2ª. Sessão 6/11/08 (14h)

Ritual, identidade e tecnologias
Coordenador: Francirosy Ferreira (prodoc/IA/UNICAMP)
Debatedor: Beatriz Perrone Moisés (professora DA/USP)


Rubens Alves da Silva
Resumo
A noção de identidade ainda se mantém como uma questão inquietante para o pensamento dos cientistas sociais na contemporaneidade. Tanto presente em abordagens teóricas mais genéricas atentas para a singularidade dos processos identitários neste nosso tempo, surpreendente, da chamada globalização e “pós-modernidade”; quanto nas produções etnográficas, de cunho acadêmico ou não, dedicadas ao estudo de pequenas comunidades originárias de populações migrantes, bem como às comunidades identificadas como “tradicionais” (nesse último caso a considerar os trabalhos apresentados como “laudos antropológicos” e a propósito da titulação de terras). Com efeito, diferentes teóricos têm salientado a relevância analítica e descritiva do conceito de identidade o contexto atual, porém, sem perder de vista a necessidade que urge de repensar de modo rigoroso e reflexivo o uso instrumental dessa categoria face ás novas experiência.... que apontam para aos sujeitos (individuais e coletivos) um campo de possibilidades e alternativas do “ser ou não ser...”. Para além de uma teoria clássica sobre identidade ou a partir de uma revisão crítica dos pressupostos que norteiam tal concepção, é que novas perspectivas de abordagem e reflexão despontam no campo das ciências humanas e sociais chamando a atenção para as complexidades (inclusive locais) e nuances que envolvem na prática os processos de negociações identitárias, e as conseqüentes implicações dessas variáveis na própria (re)definição da noção de identidade. Inacabamento, hibridismo, performatividade, fluidez, são aspectos ora considerados fundamentais na revisão conceitual da noção de identidade. Sem dúvida, estou a evocar aqui as leituras de autores como Stuart Hall (1998, 2003) , Zygmunt Bauman (2005), Judith Buttler (2003), Michel Argier (2001). O diálogo com estes intelectuais, entre outros, é o que fundamenta a proposta da presente comunicação. A exposição gira em torno da noção de identidade e tem como foco central processo de afirmação identitária no contexto de “comunidades tradicionais” remanescentes de quilombos do alto do Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, com base em pesquisa empírica realizada pelo autor in locu e consultas a fontes secundárias, ou seja, “Relatórios Técnicos Científicos [RTCs]” afins. Pretendo, em suma, examinar em que medida uma perspectiva antropológica da performance pode contribuir para análise e compreensão desse processo local, bem como acrescentar à discussão sobre identidades culturais e étnico-raciais na contemporaneidade. Assunto, enfim, que está diretamente relacionado com o meu projeto de pós-doutorado júnior financiado pelo CNPq.
Palavras-chaves: Identidade, identidade étnica, comunidades tradicionais, remanescentes de quilombo.

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